A CPI dos Fundos de Pensão e agentes da Polícia Federal vistoriaram nesta sexta-feira (4/3) a Usina Canabrava, em Campos dos Goytacases (RJ). A usina pertence ao Fundo de Investimento em Participações Bioenergia (FIP), cujos cotistas são os fundos de pensão da Postalis (Correios), Petros (Petrobras), Serpros, (Serpro) e Fabeb (CEB).
Cerca de R$ 700 milhões já foram investidos no grupo Canabrava Bioenergia desde 2008. Mas, a usina que produzia álcool e exportação de energia está paralisada desde outubro de 2015. E a CPI constatou que os fundos de pensão não obtiveram qualquer retorno pelos investimentos até hoje.
O relator da CPI, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR) vistoriou a Usina Canabrava e constatou que o local não tem condições de voltar a funcionar em breve, mesmo se tiver safra de cana e mais recursos.
O deputado e outros integrantes da comissão também sobrevoaram outra usina comprada pelo grupo, a Santa Cruz, que não chegou a operar. Representantes da empresa, que acompanharam a visita, entregaram dados sobre as dívidas e as contratações de pessoal, serviços e empresas.
Retorno
Os empresários informaram que os investimentos só terão retorno a partir de 2021. A CPI vai tentar mediar alguma solução para salvar parte dos recursos investidos e também os empregos diretos e indiretos que as usinas geraram. O relatório final da comissão será encaminhado ao Ministério Público.
A Usina Canabrava é investigada pelas suspeitas de supervalorização de ativos, dívidas trabalhistas e com fornecedores, desvio de recursos que deveriam ser destinados a obras, manipulação contábil e insolvência das empresas.
O presidente do grupo, Ludovico Giannattasio, e o gestor do FIP e diretor da usina, Antônio Melo, prestaram depoimento à CPI e alegaram que a empresa está em fase de investimento. Disseram ainda que está tudo em normalidade.
Com informações da Rádio Câmara (Regina Céli)