João Carlos Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil afirmou nesta terça-feira (6/10), que não buscou ajuda de políticos para conseguir capital para criar a empresa em 2011. “Não existiu uma negociação centralizada com o governo. Eu era um nível gerencial dois níveis abaixo de um diretor da Petrobras”, disse o depoente. A resposta foi dada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, ao relator, o deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR).

IMG 75331 e1444170477308 - "Articulação da criação da Sete Brasil não teve ajuda política", afirma ex-presidente da empresaO ex-presidente da Sete Brasil – empresa de sondas de perfuração – avaliou também que hoje, não é positivo investir no negócio. “Na época da abertura da empresa havia boas expectativas de lucro, porém, hoje com a não efetivação da empresa, este não é um bom investimento”, sustentou Ferraz. A Sete Brasil está em crise desde que teve o nome citado na Operação Lava Jato, com a relação dos nomes de dois diretores, como beneficiários de propina.

Ferraz apresentou a CPI, um habeas corpus que o respaldou para responder apenas questões que envolvessem a negociação da Sete Brasil com os fundos de pensão. Os fundos da Petrobras (Petros), Caixa Econômica Federal (Funcef), Banco do Brasil (Previ), além de outros que não são investigados pela CPI, fizeram investimentos na empresa antes mesmo de ser efetivada.

Sérgio Souza destacou que mesmo o depoente se evadindo dos questionamentos, existem outros meios de conseguir as informações solicitadas. “Na segunda-feira (5/10), conversamos com o juiz Sérgio Moro que nos ajudará a cruzar depoimentos para descobrirmos contradições no que foi dito pelo ex-presidente nesta CPI e em seu depoimento à Operação Lava Jato. Inclusive poderemos a partir dessa análise, tirar dele a figura de testemunha e colocar como indiciado”, afirmou o relator.

Entenda

João Carlos Ferraz é acusado de aceitar propina do ex-gerente da área de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, que também já possui requerimento aprovado para depor na CPI. Ferraz admitiu o recebimento de US$ 1,98 milhão, por meio de carta enviada à empresa.

A Sete Brasil – empresa privada – foi criada por iniciativa da Petrobras para construir sondas de perfuração. O objetivo na época era reunir acionistas, como bancos e a própria petroleira, para viabilizar financeiramente o projeto de adicionar conteúdo nacional aos equipamentos, até então comprados no exterior.

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