O Brasil se encontra em terceiro lugar como maior exportador agrícola do mundo, segundo informações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). A ONU alerta que as mudanças climáticas podem representar ameaça na expansão produtora do país e gerar uma contratação das vendas externas até 2050.
Conforme o levantamento anual sobre a produção de commodities, em 2016, o Brasil ficou com 5,7% do mercado global, atrás apenas dos Estados Unidos (11%) e Europa (41%). Em função das mudanças climáticas, as exportações para China e Europa podem ser afetadas até 2050, de acordo com a ONU.
O deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), presidente da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas (CMMC), trabalha para gerar o equilíbrio entre produção e meio ambiente. “Precisamos incentivar os produtores rurais a adotarem novas práticas de produção responsável, a modernizar a gestão das propriedades, promovendo a preservação ambiental e novos padrões de consumo sustentável. No Paraná, isso já é feito com muita responsabilidade”, enfatizou o parlamentar.
Paraná
O Paraná é o segundo maior produtor nacional de alimentos e representa 12% da produção agropecuária do Brasil. Com apenas 3% do território brasileiro, o Estado ocupa a primeira posição na produção de carne no país, com 30,9% toneladas de frango e 21% de toneladas de suíno.
Visando a sustentabilidade na agricultura e na pecuária, mesmo com grande escala de produção, a preocupação do produtor rural com a natureza rende números econômicos positivos. Reflexo disso é que 27,9% das florestas no Paraná estão nos imóveis rurais, preservadas, intocáveis e protegidas. E, ainda, 4 milhões de hectares são destinados à preservação de vegetação nativa em imóveis rurais.
Dados globais
O valor adicionado da agricultura por trabalhador dobrou entre 2000 e 2015, saindo de US$ 4,5 mil para US$ 11,1 mil. Os países responsáveis pela expansão do setor foram Brasil, China, Indonésia e Índia. No mesmo período, o Brasil deixou de fazer parte da lista dos 20 maiores importadores de alimentos.
O aumento trouxe resultados positivos para o mercado mundial. O setor agrícola registrou um fluxo de US$ 1,6 trilhão em 2016, sendo que em 2000 movimentava US$ 570 bilhões, devido à expansão econômica da China e a demanda por biocombustíveis.
Como mudanças climáticas podem afetar a produção?
Apesar de nos últimos 15 anos o mercado mundial ter apresentado um saldo positivo, as mudanças climáticas que ocorrem no planeta podem prejudicar o setor, sendo necessário dobrar o número da produção agrícola nos próximos 30 anos.
De acordo com informações da FAO, as mudanças climáticas podem afetar negativamente a produção brasileira e dos países de baixas latitudes, além de agravar a desigualdade entre países ricos e em desenvolvimento. O aumento da produção agrícola poderá ocorrer em regiões com climas temperados, em razão da elevação de temperatura.