A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão ouviu nesta quinta-feira (22/10) os ex-diretores do banco BNY Mellon, Marcelo Pereira da Silva (financeiro) e Carlos Manuel de Oliveira Pinto Pereira (tecnologia).
O objetivo da audiência pública era obter esclarecimentos sobre a atuação do banco junto ao fundo dos Correios (Postalis), que possui hoje um déficit de R$ 5,6 bilhões.
Marcelo Pereira da Silva e Carlos Manuel fazem parte do grupo formado por quatro pessoas, que foram demitidas pela instituição em 2013. Questionados pelo relator, o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), sobre a dispensa Pereira esclareceu que foi desligado por violação de conduta dentro da companhia. “ A empresa decidiu bonificar um diretor e eu havia participado desta ajuda. O controlador pediu esclarecimentos sobre esta atitude, entenderam como uma violação de conduta e optaram por me dispensar”, declarou Marcelo Pereira.
Já Carlos Manuel contou que “ a empresa não divulgou o motivo. Que teve duas entrevistas e apenas tocaram no tema da bonificação também, mas não explicaram com clareza sobre isso”.
O ex-diretor financeiro não se lembrou do percentual do BNY nos contratos com a Postalis. “O senhor, como diretor financeiro, não sabe o quanto o banco tinha de retorno na gestão do fundo? O senhor não pode esquecer que está aqui sob juramento”, ressaltou o deputado.
Marcelo Pereira então, disse: “Não me recordo do valor, mas penso que a taxa era de 0,005% ao ano, sob o patrimônio administrado”. O relator demonstrou ainda mais perplexidade ao calcular que isto representa apenas R$ 100 mil perante o valor que o fundo possui. “O BNY tinha uma carteira de R$ 2 bilhões e tinha retorno na gestão de apenas R$100 mil de reais ao ano? O senhor estava há 15 anos trabalhando no banco, e não sabe estes números, não sabe dos casos que estamos investigando, confesso que nos causa certa estranheza tudo isso. Parece que estamos em um jogo de empurra, empurra”, opinou Sérgio Souza.
A CPI não conseguiu votar os requerimentos que convocariam para depor o pecuarista José Carlos Bumlai, o lobista Fernando Baiano, Henrique Pizzolato e o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas. Enquanto os parlamentares estavam em discussão sobre os pedidos, iniciou-se a ordem do dia, que levou ao término da sessão.