“A CPI tem o dever de apurar se os prejuízos decorreriam de má gestão ou se existe um esquema de corrupção para desviar estes recursos e, se comprovado os atos ilegais, identificar quem seriam os beneficiados por tais desvios de conduta”, enfatizou o relator da CPI dos Fundos de Pensão, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR).
A declaração foi dada durante a primeira reunião de trabalho, que ocorreu na tarde desta terça-feira (18/8). Inicialmente foram apresentados mais de 191 requerimentos e cronogramas de atividades investigativas, para compor os fundamentos necessários para o relatório final da comissão.
Depoimentos –
Souza explicou que os primeiros depoimentos serão dados por entidades representativas dos pensionistas dos Fundos, em seguida, os presidentes das diretorias executivas, conselhos fiscais e deliberativos, e depois serão incluídos outros nomes que podem ter envolvimento com o assunto.
O requerimento que deu início a CPI dos Fundos de Pensão apresenta indícios de envolvimento de pessoas ligadas à Operação Lava-Jato, por meio de e-mails, ligações, e em depoimentos, como o caso do advogado Carlos Alberto Pereira da Costa. Ele contou que o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vacari Neto, frequentou uma empresa em São Paulo entre 2005 e 2006 para tratar de negócios com Fundos de Pensão.
O plano de trabalho do deputado está voltado para quatro Fundos: Petrobras (Petros), Correios (Postales), Banco do Brasil (Previ) e Caixa Econômica Federal (Funcef). Dados apontam que apenas no Postales, o prejuízo pode chegar a R$ 935 milhões.
Com a aprovação do plano por unanimidade, na próxima quinta-feira (20/8) iniciam os depoimentos.