A CPI dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados, criada em 12 de agosto de 2015 para investigar suposto rombo aos cofres dos fundos de diversas empresas estatais, surgiu pouco depois da Polícia Federal iniciar a Operação Lava Jato. O Brasil encontrava-se numa crise política sem precedentes quando as suspeitas recaíram sobre o então tesoureiro do PT, João Vacari Neto, que teria exercido tráfico de influência junto aos gestores dos fundos para desviar recursos e atender a interesses políticos partidários.
Em meio a um cenário político de tensão, a Câmara instalou a CPI dos Fundos de Pensão e escolheu como seu relator o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR). O cargo ocupado pelo parlamentar paranaense tem suma importância na peça final das investigações. Não por menos, no dia 14 de abril de 2016, o Relatório Final assinado por Sérgio Souza pediu o indiciamento de 353 suspeitos, entre pessoas físicas e jurídicas. Esses suspeitos teriam envolvimento em esquemas de corrupção nos fundos de Previdência da Petrobras (Petros), dos Correios (Postalis), da Caixa Econômica Federal (Funcef) e do Banco do Brasil (Previ).
O texto final indicou, também, perdas acumuladas de R$ 113 bilhões a esses fundos em cinco anos. Para se ter ideia, entre 2011 e 2015, a rentabilidade do ativo da Previ – o maior fundo do país – ficou abaixo da meta mínima de R$ 68,9 bilhões. Na Petros e na Funcef, o prejuízo para os ativos foi de R$ 22,3 bilhões e R$ 18,1 bilhões, respectivamente. Já no Postalis, a baixa foi de R$ 4,1 bilhões. Esses rombos colocaram em risco as aposentadorias de funcionários que contribuíram, por anos, com esses fundos de pensão.
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