O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR) e o presidente da Comissão, Efraim Filho (DEM/PB) se reuniram nesta segunda-feira (05), com o juiz Sergio Moro.
A reunião aconteceu devido ao cruzamento de informações entre a Operação Lava Jato e a CPI. “O encontro foi muito produtivo, e o juiz Sergio Moro se mostrou solicito em ajudar no que estiver em seu alcance, contribuir com dados, quebras de sigilos e depoimentos que não estão em caráter de confidencialidade”, contou Sérgio Souza.
A reunião durou em torno de meia hora, no prédio da Justiça Federal, em Curitiba. Segundo o deputado, informações que aparentemente não tem importância na Operação Lava Jato, são fundamentais na CPI. “Estamos entrando em uma segunda etapa das investigações, conseguimos perceber algumas contradições em depoimentos, estamos concretizando aquilo que era suspeita: a corrupção. Há elementos que nos fazem acreditar que se instalou um esquema de fraudes que é repetido em vários locais, inclusive nos Fundos de Pensão. Há negociações que envolvem nomes tanto da Lava Jato como de investimentos e empresas dos Fundos. A ajuda do juiz Sergio Moro será importantíssima, principalmente na quebra de sigilos telefônicos e financeiros”, afirmou Sérgio Souza.
O deputado Efraim Filho, também presente à reunião avaliou positivamente o encontro. “Tenho certeza que com essa ajuda, as investigações da CPI serão ainda mais ágeis. Ele nos ajudará de uma maneira muito especial nesta segunda etapa. Queremos dar uma resposta à população e queremos fazer isso de forma clara, sem deixar nada no escuro. Daqui para frente vamos ouvir pessoas importantes que vão nos esclarecer pontos essenciais para o bom andamento da CPI. Volto animado e satisfeito com o resultado desta conversa”, avaliou o deputado.
Ao menos quatro nomes estão citados nas duas investigações: o doleiro Alberto Youssef; o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada e o lobista Milton Pascowitch. Todos presos pela Policia Federal (PF) por suposto envolvimento nos esquemas de corrupção da Petrobras.
– A CPI
Instalada em agosto de 2015 a CPI dos Fundos de Pensão investiga se houve aplicação incorreta dos recursos e de manipulação na gestão de fundos de previdência complementar de funcionários de estatais e servidores públicos ocorridas entre 2003 e 2015, que causaram prejuízos vultosos aos participantes.
Já foram ouvidos os diretores dos quatro fundos investigados: Petrobras (Petros), Correios (Postalis), Caixa Econômica Federal (Funcef) e Banco do Brasil (Previ)
A Comissão já aprovou mais de 119 requerimentos pedindo para que diretores, presidentes, procuradores e representantes de empresas e dos fundos prestem esclarecimentos.
Nomes conhecidos e envolvidos em outras investigações foram convocados pela CPI, como Zeca Dirceu, Alberto Yousseff e Eike Batista. Porém, ainda sem data para seus depoimentos.
O relator da CPI destacou ainda que é preciso mostrar para a sociedade a importância destas investigações. “Temos que apresentar bons resultados, pois este é um dos nossos papeis, o de fiscalizar e dar a sociedade o retorno que ela acredita e deseja”, afirmou.
A Comissão é composta por 52 deputados. Compõem a mesa: Efraim Filho (DEM/PB), 1º vice-presidente, Paulo Teixeira (PT/SP); 2º vice-presidente, Samuel Pereira (PSDB/SP); 3º vice-presidente, Hissa Abrahão (PPS/AM) e o relator, Sérgio Souza (PMDB/PR).
A CPI tem prazo de 120 dias para apresentar o parecer, podendo ser prorrogada por mais 60, se houver necessidade.
Confira abaixo quem já foi ouvido pela CPI:
Audiência Pública 20.08.2015
- Luiz Alberto Menezes Barreto – Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP)
- Antônio Augusto de Miranda e Souza (Grupo ALIANÇA)
- Jair Pedro Ferreira – Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (FENAE)
Audiência Pública 25.08.2015
Audiência Pública 27.08.2015
Audiência Pública 01.09.2015
Audiência Pública 03.09.2015
Audiência Pública 08.09.2015
Audiência Pública 10.09.2015
Audiência Pública 1º.10.2015