Convocado pela segunda vez, o presidente da Engevix, José Antunes Sobrinho seguiu orientação do advogado e ficou calado durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, nesta terça-feira (23/2).
A Engevix é acusada de corrupção ativa e formação de cartel na Operação Lava Jato e é ex-controladora da Desenvix, empresa que recebeu investimentos da Fundação dos Economiários Federais (Funcef). Segundo o habeas corpus, Sobrinho não pôde prestar informações porque está em negociação com a Justiça para prestar delação premiada.
O requerimento de convocação de Sobrinho é do deputado federal e relator da CPI, Sérgio Souza (PMDB-PR). “Ele (Sobrinho), pode não dizer nada que possa incriminá-lo, mas não responder nada e uma injustiça com a casa do povo brasileiro. Ele foi o pivô de corrupção no Brasil, inclusive está preso por isso”, disse o parlamentar.
Hoje, o depoente cumpre prisão domiciliar e teve que se afastar da administração das empresas após a deflagração da 19ª fase da Lava Jato. Na tentativa de obter respostas de Sobrinho, o relator chegou a fazer algumas perguntas, mas não obteve retorno.
A CPI recebeu informações de que o rombo dentro da Funcef tem grande participação das empresas de Sobrinho. O objetivo da comissão é investigar se houve desvios ou má-gestão nos quatro maiores fundos de pensão do país: Funcef (Caixa Econômica), Previ (Banco do Brasil), Postalis (Correios) e Petros (Petrobras).
Prorrogação
Um pedido de prorrogação da CPI por mais 60 dias deve ser analisado pelo Plenário da Câmara. O prazo final dos trabalhos é 19 de março.