De novembro para dezembro, indústria registrou aumento de 2,3%, segundo o IBGE

industriabrasil - Produção da indústria fecha 2016 com queda de 6,6%

Contêineres são vistos no porto de Santos, em São Paulo (Foto: REUTERS/Fernando Donasci)

 A produção da indústria brasileira terminou dezembro em alta de 2,3% em relação ao mês anterior, mas acumulou, ao longo de 2016, queda de 6,6% – foi o terceiro ano seguido em que o segmento registrou resultado negativo, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com esses dados, o IBGE indica que o quarto trimestre do ano passado encerrou com uma retração de 3,1%.

Em 2016, a maioria dos segmentos da indústria mostrou resultados negativos, com destaque para os desempenhos das indústrias extrativas (-9,4%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-8,5%), além de veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,4%).

Na outra ponta, as maiores influências positivas partiram de produtos alimentícios (0,6%) e de celulose, papel e produtos de papel (2,5%).

No ano passado, a produção de bens de consumo duráveis (carros, por exemplo) recuou 14,7% e a de bens de capital – como máquinas agrícolas –, 11,1%. O IBGE atribui o resultado à queda da fabricação de automóveis (-12,8%) e de eletrodomésticos (-16,3%), assim como de bens de capital para equipamentos de transporte (-12,6%) e para fins industriais (-11,4%).

Último mês do ano

No último mês de 2016, que na comparação mensal teve a maior alta de todo o ano, o setor que cresceu mais e exerceu a maior influência positiva para o índice geral da indústria foi o de veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 10,8% – a mais forte desde junho de 2016 (11,7%).

Produziram menos as indústrias de farmoquímicos e farmacêuticos (-11,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,9%) e bebidas (-5,5%).

Quanto às categorias econômicas, a produção de bens de consumo duráveis cresceu (6,5%) e bens de consumo semi e não-duráveis (4,1%). “Nessas categorias, os resultados desse mês foram os mais elevados desde julho de 2015 (9,8%) e dezembro de 2005 (4,6%), respectivamente”, diz o IBGE, em nota.

Na comparação com dezembro de 2015, o setor industrial recuou 0,1%, com resultados negativos na metade das grandes categorias econômicas, em 12 dos 26 ramos, em 37 dos 79 grupos e em 45% dos 805 produtos pesquisados.

Faturamento

De acordo com dados publicados no início da semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real da indústria caiu 12,1% em 2016. Para a entidade, há alguns sinais de que a indústria “bateu o fundo do poço”.

Repercussão

Para Guto Ferreira, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), os dados mostram que o Brasil segue como um produtor de commodities. “O número positivo no mês passado não terá sustentação no longo prazo se não repensarmos a indústria brasileira. O sucateamento é algo claro, mas este não é o principal problema. A produção e exportação de commodities já conseguiu o seu espaço na economia e hoje estamos entre os maiores do ranking global. Entretanto, exportamos produtos de baixo valor agregado e importamos produtos com alto valor”, comentou em nota.

Fonte: G1

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