img20160203141725142287 1024x671 - Relatório da CPI dos Fundos de Pensão deve recomendar ao MP a adoção de medidas civis e penais
Luis Macedo / Câmara dos Deputados

O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto ficou em silêncio durante a audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, nesta quarta-feira (3/2), na Câmara dos Deputados.  A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu um habeas corpus permitindo que Vaccari Neto permanecesse calado.

Mesmo assim, a testemunha permaneceu na sessão e ouviu todas as perguntas feitas pelos parlamentares. O relator da CPI, deputado federal Sérgio Souza, questionou se Vaccari fez tráfico de influência ou se recebeu propina, mas o depoente manteve o direto concedido pela Justiça.

“Temos bastante indícios de que o ex-tesoureiro fez parte dos desvios dos fundos de pensão. Ele perdeu a oportunidade de falar e esclarecer fatos. Vamos colocar os principais pontos falados hoje no relatório e devemos recomendar ao Ministério Público (MP) a apuração da responsabilidade de algumas pessoas, na conclusão do relatório”, explicou Souza.

Provas

O relator da CPI apontou ainda que Vaccari foi citado por delatores da Operação Lava Jato, como o lobista Milton Pascowitch e também por outras testemunhas puvidas na CPI, sendo um dos que recebeu pagamentos por parte da empreiteira Engevix, que teria pago propina para celebrar contratos com a Petrobras.

Os deputados perguntaram a Vaccari se ele ou familiares têm imóveis no edifício Solaris, em Guarujá (SP), localizado em condomínio lançado pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), mas a resposta foi o silêncio.

Outro ponto levantado durante a audiência foi falência da Bancoop. Os imóveis inacabados da cooperativa teriam sido assumidos pela OAS Engenharia, sobre a participação do depoente na reestruturação desse negócio e sobre o aporte de recursos da Funcef.

Ao final da sessão, Vaccari retornou para Curitiba (PR), onde está preso sob suspeita de desvios de dinheiro em contratos da Petrobras, que também teriam sido repassados ao PT.

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