O empresário Milton Pascowitch, preso pela Operação Lava Jato sob a acusação de intermediar pagamento de propina de empresas contratadas pela Petrobras, pediu para que o depoimento prestado nesta terça-feira (15/9) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão ocorresse em caráter reservado.
De acordo com ele, as declarações não poderiam ser expostas devido à investigação da Operação Lava Jato: “Fiz um acordo de delação premiada e alguns pontos ainda não foram homologados, portanto, me reservo no direito de dar as explicações aos senhores, de forma privada”, explicou ele. Alguns deputados questionaram o empresário em relação à decisão, já que as declarações são de interesse da população.
Relator
O deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), relator da CPI questionou o depoente se ele falaria em caráter reservado ou se ficaria em silêncio. “Precisamos produzir para darmos respostas aos que foram prejudicados. Aceitamos o pedido do senhor uma vez que haja comprometimento seu em responder as nossas perguntas. Queremos resultados”, rebateu Souza.
Pascowitch concordou com o deputado e se comprometeu a responder os questionamentos. Ele esclareceu que “nunca teve contato direto com os fundos de previdência, mas sabe que o nome da empresa que representa está envolvido em outros casos que podem ter ligação com os Fundos”. A sessão desta terça- feira (15) durou cerca de quatro horas. Na próxima quinta-feira (17), a CPI ouve o ex-presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz.
Enquanto Pascowitch prestava esclarecimentos, o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) com uma nova ação penal contra ele e outras 14 pessoas envolvidas em esquema de corrupção.