Ex-dirigentes e ex-membros do conselho deliberativo da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, estão sendo processados pela atual diretoria do Fundo. Na ação, os antigos presidentes, diretores e conselheiros são acusados de descumprimento de normas durante a compra de parte da Itaúsa, holding de investimentos do banco Itaú. A transação, segundo a acusação, teria causado prejuízos superiores R$ 500 milhões à Petros.

deputado sergio souza petros 300x180 - Ação Judicial: Petros cobra R$ 583 milhões de ex-dirigentes por compra de ações da Itaúsa
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro

Hoje, por causa de investimentos como esse que está sendo questionado na Justiça, participantes da Petros pagam contribuição extra para tentar zerar o rombo deixado por gestões tenebrosas. O equacionamento já soma R$ 27 bilhões e os participantes arcam com metade do prejuízo, ou seja, R$ 13,5 bilhões. A conta está sendo paga em valores mensais extras por 18 anos.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, houve sobrepreço na compra de ações da Itaúsa que pertenciam à empreiteira Camargo Corrêa, investigada pela Operação Lava Jato. A transação foi concluída em dezembro de 2010, quando a Petros comprou em leilão na BM&F Bovespa (atual B3) 213.383.113 ações ordinárias da Itaúsa, incluindo o lote que pertencia à Camargo Corrêa. À época, a fatia da construtora equivalia a 11,4% das ações ordinárias da holding e 4,4% do capital social total, de acordo com a ação.

CPI dos Fundos de Pensão

Os investimentos suspeitos realizados pelos quatro maiores fundos de pensão do Brasil – Petros, Previ, Postalis e Funcef – foram algo de investigação na Câmara dos Deputados. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada para apurar as irregularidades. O deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR) foi o relator da comissão que, segundo ele, foi a única que não terminou em pizza nesta legislatura.

O Relatório Final da CPI, assinado por Sérgio Souza, pediu o indiciamento de 353 suspeitos, entre pessoas físicas e jurídicas. Esses suspeitos teriam envolvimento em esquemas de corrupção nos fundos. O texto final indicou, também, perdas acumuladas de R$ 113 bilhões a esses fundos em cinco anos. Para se ter ideia, entre 2011 e 2015, a rentabilidade do ativo da Previ – o maior fundo do país – ficou abaixo da meta mínima de R$ 68,9 bilhões. Na Petros e na Funcef, o prejuízo para os ativos foi de R$ 22,3 bilhões e R$ 18,1 bilhões, respectivamente. Já no Postalis, a baixa foi de R$ 4,1 bilhões. Esses rombos colocaram em risco as aposentadorias de funcionários que contribuíram, por anos, com esses fundos de pensão.

>> Veja o Especial sobre a CPI dos Fundos de Pensão.

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