O relator da CPI dos Fundos de Pensão, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), participou nesta segunda-feira (19/10) da reunião com os representantes dos aposentados da Caixa Econômica Federal, em Curitiba.
O encontro foi solicitado pelos dirigentes da Associação dos Economiários Aposentados e Pensionistas do Paraná (AEA/PR), Jesse Krieger; e a Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (Fenacef), Edgard Lima. Eles entregaram uma carta ao deputado contendo as principais modificações que podem ser feitas e como operacionaliza-las.
Durante a manhã, o deputado ouviu os anseios e as sugestões dos representantes sobre assuntos de interesse dos mesmos, e de temas que podem contribuir para as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga se houveram má ingestão e ingerências nos Fundos de Pensão.
Segundo o relator, o fundo da Caixa Econômica Federal (Funcef), tem ganhado atenção especial já que é um dos que apresentam maior déficit. “Estamos averiguando possíveis focos de corrupção e de fraudes. Estamos nesta segunda fase da CPI confrontando documentos e depoimentos que foram dados, pedimos o compartilhamento de informações com o juiz Sergio Moro e a quebra de sigilo telefônico e fiscal de algumas pessoas. Com estes documentos podemos fazer uma análise minuciosa”, esclareceu o deputado.
O presidente da AEA/PR, Jesse Krieger, destacou que os esclarecimentos do relator são também um alento para os aposentados. “Vivemos um momento de incertezas e temos a esperança de que algo de concreto saia desta CPI. Quem mais sofre com tudo isso, é o aposentado que contribui para ter uma rentabilidade melhor na sua velhice e teve seu dinheiro usado de forma irresponsável”, relatou o presidente.
Um dos principais temas discutidos durante a reunião, foi a elaboração de uma nova legislação para os Fundos. “Queremos apresentar novas regras que dificultem a fraude, e a ingerência político partidária dentro dos fundos”, acrescentou Souza. Ele esclareceu ainda que há a expectativa de que até o final deste mês possam ser apresentados documentos para as mudanças propostas. “Se houveram desvios, foi por que também a legislação permitiu, e é isso que não queremos que aconteça novamente”, ressaltou.
Para o presidente da Fenacef, Edgard Lima, a mudança na legislação é essencial não apenas para a Funcef. “Salvo modificações dos modelos atuais, teremos que fazer aportes. Solicitamos ao deputado o apoio para as alterações que tratam da gestão e governança nos Fundos”, contou Lima.
Estiveram presentes dirigentes de associações de aposentados da Caixa Econômica Federal de todo o país e de entidades representativas dos empregados da Caixa, como APCEF- PR (Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do Paraná) e Fenag (Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa).
As duas entidades patrocinadoras do evento representam mais de 20 mil associados, aposentados e pensionistas, que têm a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), como previdência privada.
A CPI, criada pela Câmara Federal, em agosto de 2015, já ouviu o presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser, que no seu depoimento atribuiu o déficit da fundação à conjuntura econômica do país e do mundo, o que teria afetado o desempenho dos principais investimentos, como a Vale e a Sete Brasil.