O presidente da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC), deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), promoveu nesta quarta-feira (20) audiência pública para debater o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). O parlamentar também destacou o Sistema de Plantio Direto (SPD) como solução viável para diminuição das emissões de gases causadoras do efeito estufa.
Na abertura dos debates, Sérgio Souza afirmou que o Plano ABC, assim como o Sistema de Plantio Direto (SPD), tem colaborado com a diminuição das emissões de gases causadores do efeito estufa, oferecendo soluções para os desafios das mudanças climáticas. “São programas que vêm melhorando a eficiência no uso dos recursos naturais, aumentando a resiliência dos sistemas produtivos e das comunidades rurais, possibilitando uma boa adaptação do setor agropecuário às mudanças climáticas”, comentou.
Entre os participantes ficou claro que a agropecuária não é a vilã do aumento de temperaturas e eventos climáticos extremos e que o produtor brasileiro se destaca no mundo como sendo o mais importante agente para soluções sustentáveis. “Nada tem a ver a agropecuária com o desmatamento e o aumento das temperaturas. Não existe correlação”, afirmou o coordenador de Agropecuária Conservacionista do Ministério da Agricultura, Elvison Nunes Ramos.
Avanços do Plano ABC
Na discussão, o coordenador de sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Nelson Ananias, falou sobre a eficiência do produtor rural nos últimos 40 anos. “Até agora, a atividade agropecuária brasileira cresceu 408,6%. Já a produtividade das lavouras, neste período, avançou 211,7 %. Se tivéssemos que produzir o que se produz hoje para abastecer o mercado interno, para gerar riqueza ao país, divisa e para estabilizar a balança comercial, nós precisaríamos de mais de 227 milhões de hectares com a tecnologia de 40 anos atrás. Isso é poupança ambiental”, assegurou.
O representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Eduardo Delgado Assad, abordou a questão da adaptação da humanidade as mudanças climáticas. Para ele, a capacidade de adaptação está distribuída de forma desigual entre regiões e grupos sociais, com os países em desenvolvimento tendo menor capacidade do que as nações mais ricas. Precisamos avançar neste ponto. Quanto mais tarde as ações de adaptação a essas mudanças climáticas forem iniciadas, mais caras elas se tornarão. E os prejuízos serão grandes, tanto econômica e socialmente”, pontuou.
Estiveram presentes no debate o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Eduardo Delgado Assad; o coordenador de Agropecuária Conservacionista do Ministério da Agricultura, Elvison Nunes Ramos; representante da Secretária de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, João Cláudio da Silva Souza; o coordenador do Observatório ABC, Ângelo Costa Gurgel; o chefe de departamento da Área de Operações Indiretas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Thiago Luiz Cabral Peroba; e o coordenador de sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Nelson Ananias.