As altas taxas de juros praticadas por bancos no Brasil voltaram a ser debatidas, nesta quarta-feira (22), na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Presidente do colegiado, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR) conduziu as discussões que avançaram sobre spread bancários, taxa básica de juros, mercado bancário no Brasil, entre outros.
O deputado federal Mauro Benevides (PDT-CE), membro da comissão, fez uma explanação sobre os números do sistema bancário brasileiro. O parlamentar apresentou gráficos e estudos oficiais para defender a tese de que, hoje, o lucro dos cinco maiores bancos que atuam no Brasil é desproporcional ao momento econômico brasileiro.
Durante a audiência, chamou atenção também a quantidade de bancos que hoje estão no sistema bancário nacional. Ao todo, são 134 instituições financeiras. No entanto, apenas cinco delas respondem por 82% do mercado. Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual outros bancos não conseguem ou têm interesse em atuar no Brasil, o consultor da Câmara, Humberto Veiga, disse acreditar se tratar de um hiato sobre a regulamentação da área. “A indefinição, por anos, sobre quem regulamentaria o setor fez com que interessados reconsiderassem seus planos de atuação no Brasil”, respondeu.
Nova metodologia
O sistema de debate durante as sessões ordinárias da CFT é uma nova fórmula proposta por Sérgio Souza para otimizar os trabalhos. Bastante elogiada pelos membros do colegiado, a metodologia prevê discussões com especialistas antes do início da reunião deliberativa de temas a serem apreciados. “Nós tomamos uma posição de abrir o debate de alguns temas que afligem, afetam o cidadão brasileiro e a economia brasileira”, afirmou o presidente Sérgio Souza.
Para o parlamentar paranaense, a explanação ele pôde perceber que o Brasil é o país que tem a maior carga de juros do mundo e tem um dos maiores spreads bancários do planeta. “Por isso que no Brasil um banco dobra o seu capital em quatro anos. E quem paga essa conta toda é o cidadão brasileiro”, afirmou.
Sérgio Souza disse, ainda, que está nova forma de trabalho vai possibilitar que a comissão possa apresentar sugestões para desatravancar a economia do país. “Entendendo melhor alguns temas, podemos apresentar algumas sugestões legislativas de forma a atender os anseios da população brasileira”, concluiu.