Na contramão das notícias divulgadas nas últimas semanas em todo o mundo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que as queimadas no país vêm diminuindo gradativamente nos últimos anos. A informação foi divulgada, nesta quarta-feira (03), durante audiência pública realizada pela Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas (CMMC).
O vice-presidente do colegiado, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), questionou o porquê dos dados que comprovam que as queimadas vêm diminuindo não são apresentadas de forma assertiva à população. “Esta imagem do Brasil que é difundida na Europa nos últimos meses não é uma verdade. Muito pelo contrário, é uma grande mentira. Temos que desmentir com dados que mostram que o Brasil é um dos países que mais preserva no planeta”, relatou.
De acordo com o diretor do Inpe, Policarpo Damião, há uma queda histórica das queimadas no Brasil. “A partir de 2000, a gente vê uma clara tendência de queda em termos de queimadas”, afirmou. Damião aproveitou para esclarecer a diferença de foco de queimada para queimada. “Quando a gente fala em foco de queimada, ele aparece no satélite como um pixel e, às vezes, eu tenho uma frente de queimada de vários quilômetros. Então, o mesmo incêndio, a mesma queimada vai apresentar dezenas, às vezes, centenas de focos de incêndios. Quando se fala em focos de incêndios não equivale ao número de incêndios. Isto porque o mesmo incêndio vai apresentar diversos focos”, explicou.
Sérgio Souza reforçou a ligação entre a agropecuária e o meio ambiente. “O setor produtivo está ligado umbilicalmente com a questão ambiental. Se não tiver um ambiente adequado em um regime de chuvas e de temperaturas nós não vamos ter produção de alimentos e nós vamos perder a nossa maior fonte de renda e de emprego no Brasil que é o setor agropecuário”, afirmou.
Para o parlamentar paranaense, o Brasil precisa se comunicar melhor. “Nenhum país do mundo tem uma legislação que obriga o produtor rural a conservar da forma que ele tem que fazer, com mecanismos de recuperação como agricultura de baixo carbono, plantio direto na palha, conservação de solo e agrosilvopastoril”, finalizou.