O ex-sócio da Atlântica Asset Managmen, Fabrízio Neves, não compareceu à audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão nesta quinta-feira (8/10) para prestar depoimento.Com o não comparecimento da testemunha, a CPI aprovou requerimentos para que o sigilo telefônico e fiscal de Fabrizio seja quebrado. “Não nos resta outra coisa, perante esta atitude do depoente, senão aprovar requerimentos para a quebra de sigilo telefônico e fiscal deste cidadão que teve envolvimento em situações que causaram grandes prejuízos aos fundos de pensão”, analisou o relator da CPI, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR).

Ele é acusado de fraudes que causaram prejuízos ao fundo dos Correios (Postalis). Atualmente, Neves reside no exterior e é procurado pelas autoridades brasileiras e internacionais, em Miami, cidade onde reside, e também no Brasil por meio do endereço de residência de sua mãe.

Entenda

Fabrízio Neves teve seu nome envolvido no esquema de investimento de dinheiro do Postalis, no exterior em títulos da dívida ativa brasileira. A empresa era na época uma dos gestores do fundo. Caberia ao Banco BNY Mellon, administrar e fiscalizar a movimentação realizada pelo gestor.

Além disso, Neves foi acusado pelo ex-diretor do Postalis, Alexej Predtechensky, durante depoimento na CPI, de falsificar assinatura para desviar recursos para uma conta no exterior. De acordo com relatórios apresentados pela Securities and Exchange Comission (SEC), órgão americano que analisou as fraudes, os desvios chegam a US$ 24 milhões – equivalente a aproximadamente R$ 100 milhões.

Durante depoimento para a CPI, o presidente para a América Latina do Banco BNY Mellon, Eduardo Koelle, admitiu que houveram fraudes em compras de papeis estrangeiros com recursos do Postalis, que eram administrados pelo banco. Porém, se comprometeu em contribuir com a Justiça para que o caso seja esclarecido e afirmou que a instituição não possuiu nenhuma responsabilidade sobre o caso.

Próximas reuniões

Na próxima terça-feira (13/10), a comissão ouvirá José Ribeiro Pena Neto, da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Já Alberto Youssef prestará depoimento em 20 de outubro.

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