O Plano Safra 2020/21 foi lançado no último mês de julho, e nesses quatro meses de vigência o crescimento pela contratação de crédito rural subiu 21% em relação ao mesmo período do ano passado. O montante total usado por produtores, cooperativas e agroindústrias ficou na casa dos R$ 92,63 bilhões. A maior parte do recurso foi usada para financiamento de custeio e investimentos.
À época do lançamento do plano, o deputado federal paranaense Sergio Souza (MDB), que é vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, declarou que o volume do seguro rural – R$ 1,3 bilhão – foi uma marca histórica para o segmento, e que o governo federal está atento às demandas do Agro. Mas, o parlamentar destacou que as taxas de juros para investimentos ainda são altas.
“As taxas foram reduzidas, porém não o que esperávamos. Pequenos, médios e grandes produtores continuam pagando juros altos. O Agro é um setor frágil, a zona rural, onde ficam as plantações, é a céu aberto, o trabalhador precisa rezar para chover na hora certa, e rezar para não chover quando vai fazer a colheita”, pontuou o federal do Paraná.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que os médios produtores, vinculados ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor, contrataram R$ 12,78 bilhões. A categoria dos agricultores familiares, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, obteve financiamento de R$ R$ 15,32 bilhões. Os financiamentos de custeio atingiram R$ 52,42 bilhões, que representou aumento de 16%. Enquanto as contratações do Pronamp ficaram em R$ 11,56 bilhões (+8%), a do Pronaf alcançou R$ 8,27 bilhões (+17%). As contratações de investimentos totalizaram R$ 26,48 bilhões. Os médios produtores participaram com R$ 1,22 bilhão (+15%), e os agricultores familiares com R$ 6 bilhões (+18%).
Industrialização e comercialização apresentaram, respectivamente, contratações em R$ 5,74 bilhões (+5%), e R$ 7,98 bilhões (-2%). A principal fonte dos recursos contratados foi a Poupança Rural Controlada: representou 35% do total dos financiamentos, ultrapassando R$ 32 bilhões. Recursos Obrigatórios tiveram participação de 21%, somando R$ 19,71 bilhões, por meio de depósitos à vista. Os financiamentos realizados com recursos da fonte Letra de Crédito do Agronegócio alcançaram R$ 9,58 bilhões, sendo 10% do total da contratações de crédito rural.
Para o Ministério da Agricultura, a produção de grãos, estimada em 268 milhões de toneladas para atual safra, contribuiu para os números positivos. A pasta destacou, ainda, que o desempenho favorável do crédito para financiar a atividade agropecuária, florestal e pesqueira é resultado do empreendedorismo do produtor rural e do aumento do nível de confiança e de resposta aos estímulos de mercado.
“O Agro é um setor que vale a pena investir. Se existe algo que tem dado certo no Brasil, gerado emprego e renda, é esse segmento. No Congresso Nacional, seguimos batalhando para baixar os juros e dar mais segurança às atividades do homem do campo, seja por meio da modernização e adequação da nossa legislação, ou pelo diálogo com o poder executivo”, concluiu o deputado Sergio Souza.
*Por Patrícia Fahlbusch, com informações complementares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento