Suspeitas de investimentos de risco e má gestão da Fundação dos Economiários Federais da Caixa Econômica (Funcef) esquentaram os ânimos na audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, nesta quinta-feira (27/8). Foram quase sete horas de oitiva com o diretor-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser.
O relator da CPI, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR) questionou Caser sobre a perda financeira da Funcef nos últimos anos. O diretor-presidente culpou “as constantes quedas nas ações da Vale, em altas taxas de juros em rendas variáveis, além das constantes quedas da Bolsa de Valores”. Hoje, a Funcef tem um deficit de R$ 5,5 bilhões, de acordo com dados atuariais levantados pela fundação.
Títulos de crédito –
Caser reconheceu que o diretor de participações imobiliárias da
Funcef, Carlos Borges, encontrou-se com Alberto Youssef e que ele sugeriu a compra de debêntures – dívidas de uma empresa, que assume o compromisso de devolver, com juros e prazo, um valor pré-determinado – da Marsans, uma agência de viagens de propriedade do doleiro, investigado na Operação Lava Jato.
Funcef, Carlos Borges, encontrou-se com Alberto Youssef e que ele sugeriu a compra de debêntures – dívidas de uma empresa, que assume o compromisso de devolver, com juros e prazo, um valor pré-determinado – da Marsans, uma agência de viagens de propriedade do doleiro, investigado na Operação Lava Jato.
De acordo com diretor-presidente da Funcef, o encontro foi sugerido pelo ex-deputado federal André Vargas: “Ele (Borges) recebeu Youssef na fundação, a pedido de André Vargas. O próprio deputado iria participar mas acabou não indo. Alberto Youssef apresentou o investimento para debêntures da Marsans, mas ele não foi feito”. Outro ponto questionado pelos parlamentares foram os investimentos junto a Sete Brasil, empresa que opera no setor de petróleo, e a Invepar.
Perdas elevadas –
O relator perguntou ainda sobre a continuidade dos investimentos junto à Invepar. “Como apresentou perdas de altos valores, foram reavidos por ordem judicial R$ 200 milhões de reais. É inadmissível que mesmo com perdas tão significativas este investimento não tenha sido melhor avaliado”, questionou Sérgio.
O depoente disse que a decisão de investir na Invepar foi analisada por cinco anos, mas o deputado voltou a indagar: “Mesmo neste período, não foram notadas as quedas econômicas da empresa?”.