O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), criticou mais uma vez a decisão da Anvisa em banir o defensor agrícola Carbendazim das fazendas brasileiras. Em entrevista à Jovem Pan News, nesta terça-feira,9, o parlamentar falou sobre a importância do uso do Carbendazim nas plantações, que está no mercado brasileiro há 50 anos, e como a suspensão do uso do produto pode afetar o custo de produção e o preço dos alimentos. “Nem os estoques do produto a Anvisa permitiu que fosse utilizado pelos produtores rurais. O plantio da safra de verão começa em 30 dias e não temos um produto que possa ser substituído para os cultivares de grãos, especialmente o de feijão”, alertou.
Ainda de acordo com Souza, a suspensão de forma abrupta e sem disponibilização de tempo hábil para substituição por produtos alternativos geram ruptura na cadeia produtiva e causam enorme transtorno e prejuízo para toda cadeia de suprimentos e logística. “Prejudicará e muito a produtividade da agricultura brasileira, trazendo reais riscos de aumento de 10% do preço dos alimentos para o consumidor final”, destaca.
O carbedazim é utilizado nas culturas de soja, milho, algodão e feijão, o que corresponde a 47% das exportações do agronegócio. Cerca de 11,15% dos preços dos produtos da cesta básica serão impactados. Há uma estimativa de perda de 3,8 milhões de toneladas entre soja e milho, o que representa 6,5 bilhões de reais.
Em termos sociais, o banimento do fungicida impactará direta e indiretamente 4.578 mil empregos e afetará 4.124 municípios e 1.688.000,00 propriedades rurais
Questionado sobre a visão da Anvisa de que o Carbendazim apresenta danos à saúde da população e dos trabalhadores rurais, Souza argumentou que qualquer fungicidade utilizado de maneira incorreta fará mal à saúde humana. “Todo defensivo agropecuário é nocivo à saúde humana, quando manejado de forma incorreta. Nas fazendas temos EPIS (equipamento de proteção individual), os ambientes são isolados, e o produto é colocado direto na semente que vai para o solo. Com um trator cabinado e uma embalagem colocada no pulverizador, sem contato humano, não há problema nenhum”, afirmou.
O primeiro registro de Carbendazim é de 1991, há mais de 30 anos o produto é utilizado em solo nacional. Hoje, são 41 os produtos formulados com esse ingrediente em sua base, o que confirma que o produto passou por anos de experimentação, de forma a seus riscos e efeitos já serem conhecidos e estudados de maneira técnica.