“O setor agropecuário com inovação e tecnologia vai absorver, em 10 anos, 40% dos gases de efeito estufa da atmosfera, além de alimentar o mundo”, afirmou Joaquim Leite

Em debate na reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), desta terça-feira (5), sobre o posicionamento do país na Conferência das Nações Unidos para as Mudanças Climáticas (COP 26), que deve ocorrer em novembro, na Escócia, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ressaltou que vai “posicionar claramente o Brasil como um país sustentável, que preserva florestas, utiliza energias renováveis e tem metas ambiciosas nas reduções de gases de efeito estufa”.

A COP 26 deve reunir representantes dos 196 países signatários do Acordo de Paris, tratado internacional para reduzir o aquecimento global assinado durante a COP 21, em 2015, na capital francesa. O foco do Acordo é evitar o aumento da temperatura média do planeta em 1,5° a 2,0°C até o ano de 2100.

Joaquim Leite informou que o País terá uma grande estrutura na COP-26, com um estande na Escócia e um estúdio em Brasília para apresentações virtuais. “A ideia é levar pequenos casos de empreendedorismo e mostrar que o Brasil tem várias ações reais de empreendedores que desenvolvem atividades com sustentabilidade,” disse.

O ministro acrescentou ainda que o Brasil cobrará as nações mais ricas um volume maior que os US$ 100 bilhões prometido em 2015 e não executados. “Não se pode combater o desmatamento sem remunerar quem cuida da floresta,” disse o ministro que citou investimentos em ações como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e as compensações por crédito de carbono.

51553344762 5184e618d6 k 1024x683 - Ministro do Meio Ambiente ressalta que o Brasil tem como meta até 2030 reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufaO presidente da FPA, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), elogiou a atuação do ministro e disse que a bancada está alinhada com o Ministério do Meio Ambiente. “Não há e nunca deve haver competição entre produção de alimentos e conservação do meio ambiente, estamos umbilicalmente ligados. Não haverá vida humana sobre o planeta sem alimentos e sem um meio ambiente equilibrado,” frisou.

COP 26

O ministro interino de Relações Exteriores, embaixador Fernando Simas, Magalhães disse que o Itamaraty está empenhado em levar a COP 26 uma mensagem positiva da real sustentabilidade do agronegócio brasileiro, que já mostrou capacidade de ampliar a produtividade sem prejudicar o meio ambiente.

51553357132 a42ca0e29a 5k 1024x683 - Ministro do Meio Ambiente ressalta que o Brasil tem como meta até 2030 reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa“Nas últimas décadas, demos grandes demonstrações da nossa capacidade de consolidar a produção com preservação ambiental. Esse é um importante setor econômico, um dos pilares da economia nacional, e terá certamente uma importante contribuição nos compromissos que assumimos sobre o Acordo de Paris.”

Secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes reforçou que o evento é uma oportunidade para o Brasil negociar “o ativo verde e mostrar que o país tem uma agricultura sustentável e o Código Florestal mais severo do mundo.”

“Há pouco tempo atrás nós não vendíamos o produto, nós não sabíamos negociar. Agora a agricultura inverteu o quadro. Somos produtores e vendedores mundiais,” disse Montes, citando o programa CPR Verde, lançado na última sexta-feira (1°), que pode ser usado em operações de conservação e recuperação de florestas nativas, com aplicações previstas, por exemplo, na compensação voluntária da emissão de gases de efeito estufa pelos agentes econômicos interessados.

Gases de efeito estufa

Além de ser um dos países que mais preserva, o Brasil é signatário do Acordo de Paris na redução de emissões de gases de efeito estufa.

Metas:

• Até 2030: trabalhar para reduzir em 43% as emissões.
• Reflorestar em 12 milhões de hectares e reduzir os desmatamentos
• Recuperar os 15 milhões de hectares de pastagens degradadas
• Ter 45% da energia elétrica proveniente de fontes renováveis

Produzir sem desmatar

• 851,6 milhões de hectares é a área do Brasil.
• Apenas 39,0% da área são propriedades rurais
• 8% são lavouras e florestas plantadas, 11,3% pastagens nativas e 19,7% – pastagens plantadas
• 66,3% são vegetação protegida e preservada
• 13,1% são vegetação nativa em unidades de proteção, 13,8% em terras indígenas, 18,9% em terras devolutas e não cadastradas
• 20,5% da vegetação preservada estão nos imóveis rurais (os que mais preservam)
• E 3,5% área restante são cidades e infraestrutura

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