Parlamentar destacou que a demora para suprir a demanda tem elevado preços de fretes e aumentado prazos para exportações
A escassez de contêineres e navios para o translado de mercadorias continua a afetar os produtores rurais no Brasil. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR), destacou nesta terça-feira (19), durante a reunião-almoço da bancada, que a demora para suprir a demanda tem elevado o preço dos fretes e gerado aumento nos prazos para a exportação e importação de produtos.
“Um contêiner, em média custava U$ 2 mil para chegar à Europa, hoje temos casos de produtores pagando até U$ 15 mil,” disse o deputado. O parlamentar defendeu a criação de um plano mínimo de contingência nos portos brasileiros por parte do Governo Federal. “Já fizemos reunião com o Ministério da Economia, Ministério da Infraestrutura e amanhã seria com os armadores, mas foi transferida para novembro,” frisou Sérgio Souza.
O deputado completou ao dizer que “a cadeia produtiva precisa se movimentar para solucionar esse problema, que tem gerado perda de oportunidades de mercado devido à demora dos envios, motivada pela demanda crescente de grandes exportadores, como Ásia, EUA e Europa.”
Entre os demais assuntos, os integrantes da bancada debateram também o Marco Legal das Ferrovias (PLS 261/2018), aprovado no último dia 5, no Senado Federal, para o destravamento de obras e escoamento da produção agropecuária no país. “Esse tema é um grande indutor da redução dos custos de produção nos estados. A logística é algo importantíssimo. Onde temos ferrovias a tonelada de soja chega ao porto com uma diferença de R$ 40 a R$ 50 reais por tonelada,” explica Sérgio Souza.
O texto estabelece uma nova ordem de ferrovias, construídas ou adquiridas pela iniciativa privada por meio de outorgas de autorização, além de dispor sobre a autorregulação ferroviária e a segurança do trânsito e do transporte ferroviários.
Custo de produção
Sérgio Souza enfatizou os problemas causados pelo aumento do custo de produção ocorrido no Brasil, nos últimos meses. “É inaceitável a forma como se deram os aumentos dos preços de produtos e insumos agrícolas, nos últimos sete meses. Isso está sendo sentido pelo povo brasileiro, que está pagando mais caro pelo alimento,” afirmou o parlamentar.
O presidente da FPA destacou ainda que a solução para o problema está entre o produtor e o consumidor. “Isso será pauta prioritária da FPA daqui para a frente, vamos buscar uma fórmula junto ao governo para que possamos reduzir os custos na produção agrícola e entregar ao cidadão um produto mais em conta,” finalizou.
COP26
Ainda durante a reunião, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, afirmou que irá defender o setor agropecuário brasileiro, que segundo ele “alia um trabalho de produção e preservação”, durante a Conferência das Partes (COP26), em Glasgow, na Escócia. O maior evento do mundo sobre meio ambiente é organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e começa no próximo dia 31.
“O Brasil fez ao longo dessas cinco décadas uma transformação fantástica, saiu de um país importador de alimentos, na década de 70, e tornou-se um dos maiores players produtores mundiais de alimentos, fibras e bioenergia,” disse.
Segundo Moretti, a produção agropecuária brasileira alimenta hoje 800 milhões de pessoas em todo o mundo. “São mais de 300 culturas que nós produzimos no Brasil e exportamos para mais de 200 mercados. Fazemos isso de forma sustentável, produzir e preservar é possível.”
Fonte: Agência FPA