Autoridades da ONU alertaram recentemente que a guerra prolongada entre Rússia e Ucrânia, desde fevereiro, pode provocar uma crise de fome sem precedentes em todo o mundo. Os impactos desse conflito são preocupantes para a cadeia produtiva, e acarretam o aumento do preço dos alimentos, energia e fertilizantes.
Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal, Sérgio Souza (MDB-PR), entende que o Brasil pode ser um dos polos na garantia de segurança alimentar no planeta. Mas, para otimizar o processo, o parlamentar defende a aprovação no Senado Federal de projetos importantes para o setor agropecuário.
Pesticidas (PL 1.459/2022), que tem como finalidade conferir maior transparência e agilidade na aprovação de registros de produtos mais modernos; e o de licenciamento ambiental (PL 2.159/21) que, além de estabelecer um regramento geral para a licença de grandes empreendimentos, dará maior celeridade aos procedimentos e maior competitividade para o setor produtivo.
“O alimento está chegando cada vez mais caro à mesa do brasileiro e o cidadão está ocupando uma parte cada vez maior do seu salário para consumir alimentos e não é o produtor rural o culpado disso que está acontecendo. Ele está pagando petróleo, máquinas, fertilizantes, insumos e logística mais cara,” afirma Sérgio Souza.
O parlamentar explica que a FPA tem como meta para o segundo semestre deste ano, a aprovação, no Congresso Nacional, de projetos para combater a crise que afeta o planeta. “Os recursos naturais no Brasil são inesgotáveis e o mundo demanda novas formas de produzir com tecnologia e sustentabilidade”, disse.
Fertilizantes
O Brasil depende da Rússia para o fornecimento de fertilizantes utilizados em lavouras como soja e milho, principais grãos de exportação do país. Do território russo vêem 20% dos fertilizantes nitrogenados, 28% dos potássicos e 15% dos que têm fósforo em sua composição. A soja, principal commodity brasileira, depende de adubos à base de fósforo e de potássio. O milho, especialmente, depende dos nitrogenados.
Sérgio Souza enfatiza que mesmo com pouco subsídio, os produtores brasileiros são competitivos acessando mais de 200 mercados com qualidade e eficiência. “País com maior área tropical do planeta, o Brasil gera mais de US$ 139 bilhões por ano em suas propriedades rurais. É o 4º maior exportador de produtos agropecuários, com quase US$ 101 bilhões anuais, atrás de União Europeia, Estados Unidos e China,” pontuou.
Segundo o Ministério da Agricultura, em julho de 2022, os cinco principais setores exportadores do agronegócio foram: complexo soja (participação de 42,2%); carnes (16,6%); produtos florestais (9,8%); cereais, farinhas e preparações (9,0%); e complexo sucroalcooleiro (9,0%). Estes cinco agrupamentos do agro exportaram mais de US$ 1 bilhão no período e responderam, em conjunto, por 86,6% das exportações, com vendas de US$ 12,36 bilhões.