O deputado federal Sergio Souza (MDB) presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), cobrou durante passagem por Apucarana, uma solução para a questão envolvendo a compra de fertilizantes. A maioria dos insumos usados para aumentar a produtividade do solo no Brasil vem da Rússia. Com a guerra na Ucrânia, a situação preocupa os agricultores brasileiros, que reivindicam uma posição concreta do governo federal sobre o assunto.
O deputado revelou que esse foi o principal tema tratado durante a reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária com o novo ministro da Agricultura, Marcos Montes, na última terça-feira. Montes assumiu o cargo com a saída de Tereza Cristina do posto por conta das eleições de outubro.
Segundo ele, o agricultor precisa de garantias de que o fertilizante vai chegar do exterior ao Brasil mesmo com o conflito no Leste Europeu e a crise política internacional. “Precisamos saber se esses insumos, principalmente o potássio da Rússia, que é um dos nossos principais fornecedores, vão chegar ou não”, diz.
Ele assinala que é necessário “respeitar os contratos”. Nesse contexto, considera que o Brasil precisa trabalhar para que não haja nenhum tipo de embargo econômico à Rússia na parte de fertilizantes. “Trata-se de uma matéria-prima fundamental para a segurança alimentar do planeta e o Brasil é um grande player exportador de alimentos no mundo”, diz.
Além disso, o deputado federal oriundo de Arapuã, no Vale do Ivaí, afirma que o Brasil precisa acelerar a exploração de jazidas de potássio e outros insumos para acabar com essa total dependência do exterior. Na reunião com o ministro, ele comenta que foram apresentados dados do Serviço Geológico do Brasil que mostram uma grande potencialidade nacional, principalmente de potássio. Hoje, o Brasil importa 97% desse insumo, que é utilizado na produção dos fertilizantes usados nas lavouras. “Nós temos jazidas mapeadas no Brasil de 4,5 bilhões de toneladas, suficientes para nos abastecer por 300 anos”, informa o parlamentar.
Além dos custos de extração e do grande investimento necessário, essa estratégia caseira de resolver o problema esbarra em uma grande polêmica. A maioria dessas jazidas está localizada em terras indígenas, o que gera um acalorado debate.
O deputado vê muita desinformação sobre a questão da proposta de mudanças no licenciamento ambiental em debate no Congresso. “Não estamos facilitando nada na questão dos defensivos nem no licenciamento ambiental. Não é um ‘libera geral’. Estamos apenas criando mecanismos para agilizar em dizer ‘sim’ ou ‘não’ para lançar esses empreendimentos em determinados lugares”, explica.
Fonte – Tribuna do Norte