Oito candidatos do partido, entre eles dois deputados paranaenses, disputam vice-presidência da Casa
O presidente da República, Michel Temer, começou a atuar pessoalmente para conter a divisão na bancada do PMDB na disputa pelos cargos da Mesa Diretora da Câmara, marcada para o próximo dia 2. Temer deu início a uma série de conversas com deputados de seu partido para tentar garantir uma candidatura única da bancada ao cargo de 1º vice-presidente da Casa, posto que caberá à legenda.
Hoje, o PMDB tem pelo menos oito pré-candidatos à 1ª vice-presidência, entre eles dois paranaenses: o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, Osmar Serraglio, e o deputado Sérgio Souza. Completam a lista Lúcio Vieira Lima (BA), José Priante (PA), Carlos Marun (MS), Elcione Barbalho (PA), Valdir Colatto (SC), e Fábio Ramalho (MG). Com tantas candidaturas, o líder do partido na Câmara, Baleia Rossi (SP), marcou para 31 de janeiro uma eleição interna para escolher o “candidato da bancada”.
Para evitar essa divisão, Temer começou a conversar com os pré-candidatos. Na última terça-feira, o presidente se reuniu com o paranaense Sérgio de Souza. “O presidente sinalizou que quer a unidade da bancada em torno de um só nome”, afirmou o deputado.
A 1ª vice-presidência da Câmara está sendo alvo de maior disputa nesta eleição porque será um cargo estratégico na legislatura. Como o Brasil está sem vice-presidente, quando Temer viajar ao exterior é o presidente da Câmara que assumirá o comando do País Com isso, o 1º vice-presidente da Câmara assumirá automaticamente o comando da Casa.
A avaliação é de que o partido do presidente da República, que vem defendendo candidatura única da base aliada para presidência da Câmara, não pode dar o “mau exemplo” e sair dividido na disputa. Hoje, há dois candidatos de partidos da base aliada ao comando da Casa: o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta reeleição, e o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO).
Ontem, Temer recebeu, também no Palácio do Planalto, Carlos Marun, que é vice-líder do governo e da bancada do PMDB atualmente. Após o encontro, Marun afirmou já reavaliar sua candidatura. O deputado disse que tende a respeitar os correligionários que estão mais empenhados em fazer campanha para ocupar o cargo de 1º vice-presidente da Casa, posto que caberá à legenda. “Eu tinha cogitado colocar meu nome e estou reavaliando, vou conversar com amigos mais próximos”, afirmou.
Marun disse ainda que uma eleição interna deixa ruídos na legenda. “De cara, mesmo quem ganha já deixa outros seis bravos”, comentou. O deputado ponderou que esse debate no PMDB deve acontecer apenas na semana que vem. “Tenho visto colegas se empenhando mais do que eu na questão da primeira vice, trabalhando mais pra isso e a tendência é que eu venha respeitar esse trabalho que está sendo feito.” Segundo Marun, Temer não fez pedidos para que ele deixasse de pleitear o cargo. “Mas no mínimo tem que afunilar (os números de candidatos).”
Avulsos – Apesar disso, três deputados – o paranaense Osmar Serraglio, Ramalho, e Colatto – afirmaram a colegas do partido que serão candidatos de qualquer forma, mesmo que não sejam escolhidos pela bancada. O lançamento das chamadas “candidaturas avulsas” é permitido pelo Regimento Interno da Câmara, desde que o candidato avulso seja do mesmo partido que tem direito àquela vaga na Mesa.
Temer também conversou com o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi. Segundo ele, o deputado que disputar a eleição interna para escolher o candidato da bancada à 1º vice-presidente terá de assinar um “termo” de compromisso, comprometendo-se a não lançar candidatura avulsa na hora da eleição no plenário.
Fonte: Bem Paraná