Em busca de soluções para a vida econômica da população, a Comissão de Finanças e Tributação (CFT) continua, antes de deliberar a pauta do dia, ouvindo especialistas para entender o funcionamento das contas do país e assim poder colaborar para criação de políticas públicas que ajudem os brasileiros.
O consultor da Câmara dos Deputados, Humberto Veiga, falou nesta quarta-feira (12), sobre as operações compromissadas, que nada mais é que a compra ou venda de um título público com o compromisso de revenda ou recompra do mesmo título, com data fixada no ato da negociação. “Para que todos entendam: se eu preciso de dinheiro para pagar uma dívida e tenho um carro como garantia eu o vendo, com o compromisso de comprá-lo de volta e marco o dia dessa recompra”, explicou Veiga.
O presidente da Comissão, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR) questionou se o Governo controla a inflação por meio das operações compromissadas, já que ele usa essa ferramenta o tempo todo.
Em resposta a Souza, Veiga disse que essa é apenas uma das ferramentas de controle da inflação. “A nossa política monetária hoje é a política de meta de inflação com meta de taxa de juros. O Governo diz que a taxa de juros tem que ser X e se compromete a pagar este valor para quem quiser emprestar dinheiro ao Banco Central”, explicou.
Após ouvir as explicações do consultor, Sérgio Souza disse que as operações compromissadas podem causar um impacto positivo ou negativo na sociedade.
“Pude perceber que ela abastece o caixa do Tesouro, acelera e desacelera a inflação. Isso quer dizer que, ao fazer uma dívida o governo ganha recursos para investir em infraestrutura e programas sociais, mas ao mesmo tempo se endivida trazendo como consequência os juros. E esses juros afetam a vida das pessoas na hora que usam o cartão de crédito, fazem financiamentos, empréstimos, etc.”, destacou o presidente da comissão.
No Brasil, a dívida pública já chega aos R$ 5 trilhões. Cerca de R$ 3,5 trilhões compõem a dívida pública federal (DPF), formada pelas dívidas interna e externa. O restante se deve às chamadas operações compromissadas do Banco Central.