O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criou uma força-tarefa para apurar com mais detalhes os desvios nos fundos de pensão. Janot designou três procuradores que devem trabalhar em conjunto para investigar 28 casos com indícios de fraude e má gestão na Funcef (da Caixa Econômica Federal), Previ (do Banco do Brasil), Petros (da Petrobras).
De acordo com a PGR, as investigações estão em fase inicial e correm sob sigilo de Justiça. Uma das fontes de informação utilizadas pelo procurador é o relatório da CPI dos Fundos de Pensão. O relator, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), pediu cerca de 350 indiciamentos de pessoas e empresas ligadas a esquemas de corrupção analisados pela comissão, após oito meses de trabalho.
Janot designou, na portaria 459, publicada nesta segunda-feira (20/06), no Diário Oficial da União (DOU), os procuradores da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, lotado na Procuradoria da República no Distrito Federal, Aldo de Campos Costa, lotado na Procuradoria da República no Município de Araguaína (TO), e Paulo Gomes Ferreira Filho, lotado na Procuradoria da República no Rio de Janeiro.
O Postalis (dos Correios) fez parte dos fundos investigados na CPI e também é investigado pela PGR, mas este trabalho está em fase avançada e nas mãos de outro procurador. Neste caso, não entra na decisão da portaria 459.
A CPI apurou prejuízo de quase R$ 7 bilhões nos quatro fundos de pensão. Para o deputado Sérgio Souza, existem fortes indícios de que o mesmo esquema identificado na Operação Lava Jato pode ter se estendido aos fundos de pensão.