A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, ouviu nesta quarta-feira (09) os depoimentos do diretor-presidente da Fundação Petrobras de Seguridade Social (PETROS), Henrique Jäger; e do empresário Adir Assad. O ex-funcionário do Grupo Galileo Educacional, Reinaldo Souza da Silva, que também foi convidado não compareceu.

IMG 5181 - “Não são apenas os contribuintes dos Fundos de Pensão que pagam pela má gestão, mas sim, o Brasil inteiro”, declara relator da CPI dos Fundos
Bruno Peres/Divulgação

O diretor-presidente da Petros foi convocado pela segunda vez para prestar novos esclarecimentos sobre alguns investimentos, em especial os casos que envolveram a Usina Cana Brava, Sete Brasil, Gradiente, Trend Banking, Itausa, Lupatech entre outros.

No início da sessão, Jäger apresentou o balanço do ano de 2015. E explicou que assumiu a direção em março do ano passado. De acordo com ele, o déficit apresentado até novembro do ano passado,  foi de R$16 milhões de reais, e apresentou as medidas tomadas para reduzir estes valores.

O relator da CPI deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), questionou se as investigações que estão em curso foram levadas em conta para as mudanças. “A CPI tem alguma relação com a mudança de governança adotada pela Petros? ”, indagou Sérgio Souza. De acordo com o diretor-presidente “ os apontamentos realizados pela Comissão foram importantes para que algumas atitudes fossem tomadas e a principal delas, foi a contratação de empresas especializadas para avaliação de riscos”, destacou Jäger.

Na última sexta-feira (04), uma comissão da CPI realizou uma visita à Usina Cana Brava, para avaliar as condições de funcionamento das empresas. Porém, ao chegar no local a realidade foi outra, como relatou Souza. “Ao chegarmos, vimos um local praticamente abandonado, cercado de sucata. Cana Brava não tem condições de gerar lucro, mesmo que passe por uma reforma”, alertou.

A Petros aportou R$120 milhões no FIP Bioenergia que, por sua vez, investiu todos os recursos no grupo Cana Brava. “Compraram o local sucateado. Apenas uma usina possui condições de funcionar. A reforma de todo o complexo, custará mais caro do que a compra de todos os equipamentos novos. Como um empreendimento pode começar se na primeira safra de cana, já deve R$ 6 milhões aos produtores? ” questionou o relator.

Outros investimentos que geraram prejuízos à Petros também foram levantados pelo relator, entre eles: Gradiente, Sete Brasil, Lupatech e outros. Henrique Jäger, respondeu que: “Saímos da Gradiente e deixamos também a Lupatech, estamos tendo mais cuidado para realizar os investimentos e operando com mais cautela”, esclareceu.

Outro ponto levantado durante os esclarecimentos de Jäger foi o motivo da não inclusão da Usina Cana Brava no déficit do Fundo. Ele esclareceu que “está acontecendo uma troca de gestor e por este motivo ele ainda não pode figurar nos valores de déficit”.

Ainda de acordo com o relator, “quando há prejuízo nos Fundos, não é apenas os contribuintes que pagam por isso, é todo o povo Brasileiro, por que as empresas públicas, como Correios, Caixa, Petrobras, Banco do Brasil, também investem neles, todos perdem”, afirmou.

O empresário Adir Assad, usou do seu direito de ficar calado na CPI mesmo sem apresentar Habeas Corpus. Da mesma forma, o relator se manifestou “é triste vermos um fato como este, não termos respostas para a sociedade brasileira. Porém, apenas quero lembrá-lo que o senhor Jäger acaba de nos relatar dos investimentos realizados no Trendbank, que acarretaram prejuízos. Chegou-se ao pondo de que não havia controle sobre os títulos e os direitos creditórios, 95% dos R$ 400 milhões de investimento são dados como prejuízo. Desses, R$140 milhões foram cedidos por meio de títulos às empresas: Rock Star produções, Dream Rock entretenimento LTDA, Rock Star Marketing LTDA, SM terraplanagem, Nucla Assessoria e Nucla propaganda, estão vinculados ao senhor. E onde foi parar este dinheiro”? finalizou Sérgio Souza.

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