A Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados recebeu, nesta quarta-feira (06), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Durante audiência pública, o chefe da autoridade monetária falou sobre diversos temas como, por exemplo, crescimento econômico, transparência, cheque especial, inflação e mercado de bancos.
O presidente da CFT, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), considerou a visita de Campos Neto muito positiva para o Brasil. “É importante que membros do Poder Executivo venham ao Legislativo e explique, com transparência, o que tem sido pensado e realizado. Esse colegiado cumpre, mais uma vez, sua missão de estudar e tratar das finanças públicas”, afirmou.
Veja a seguir o que Campos Neto disse sobre os temas tratados:
Crescimento Econômico
“O crescimento da economia brasileira será mais lento do que em anos anteriores, mas será de ‘maior qualidade’, por se basear mais no investimento privado do que no público. O crescimento desta vez é diferente, vai ser mais eficiente e duradouro”.
Reformas
“As reformas micro são muito importantes para termos mais potência na política monetária. Essas reformas podem também aumentar a produtividade da economia brasileira, que hoje é muito baixa e o principal problema do país”.
Transparência
“O Banco Central ampliou a transparência ao indicar o próximo passo da reunião do Comitê de Política Monetária. O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude. Mais importante ainda, as inflações futuras estão dentro da meta”.
Cheque Especial
“Quando o banco abre uma linha de crédito para uso pelo cliente em qualquer momento há um custo de capital para a instituição financeira. Esse custo é cobrado pelos bancos por meio das taxas de juros. O problema é que quem tem maior renda e, portanto, maior limite no cheque especial, não costuma usar os recursos tanto quanto quem tem menor renda. Assim, quem paga os juros dessa linha de crédito são as pessoas que usam o cheque especial, ou seja, as de menor renda. Quem tem limite alto e nunca usa está sendo custeado por quem tem limite baixo e usa. Temos um projeto que deverá sair em breve para redesenhar isso”.
Bancos no Brasil
“O mercado bancário no Brasil ainda é muito concentrado. Este ambiente é consequência de um movimento iniciado na crise global de 2008, quando os países passaram a privilegiar concentração bancária em detrimento da competição. Hoje, o processo de aprovação do banco estrangeiro é igual ao local. Queremos fazer um sistema bancário competitivo”.