O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR) pediu esclarecimentos ao empresário e presidente do grupo EBX, Eike Fuhrken Batista da Silva, sobre os supostos investimentos realizados pelos fundos nas empresas dirigidas por ele nesta terça-feira (17/11), durante audiência pública.
“O senhor tem conhecimento de que o Postalis, Fundo de Pensão dos Correios, realizou investimento de R$ 125 milhões em compras de ações da EBX? De acordo com o depoente ele não sabe desta movimentação financeira. “Não tenho nenhum conhecimento sobre estes investimentos. Eles são feitos diretamente na bolsa. Nunca ninguém veio me procurar para realizar manobras financeiras”, afirmou o empresário.
O grupo EBX faliu em 2013 e obteve aportes financeiros de fundos de pensão que são investigados pela CPI. O empresário atribui a falência à baixa produtividade da OGX, empresa que explora petróleo. “A produtividade dos poços que encontramos, não correspondeu às expectativas que tínhamos”, afirmou.
“Inquiri Eike sobre as perdas substanciais dos fundos de pensão em suas empresas. A CPI investiga a possível relação de companhias com os fundos de pensão”, explicou o relator.
E Baiano? Bumlai?
Questionado pelos membros da CPI se ele conhecia pessoas como o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, delator da Operação Lava Jato, e também o pecuarista José Carlos Bumlai, Eike afirmou que conhecia as duas pessoas e que em ocasiões diferentes havia se reunido com os mesmos para tratar sobre interesses deles nos negócios do empresário. Mas, Eike negou conhecer o doleiro Alberto Youssef.
A Comissão ouviu nesta tarde também Antonio Luis de Mello e Souza, sócio diretor da Asset Managementt (ASM). Ao ser questionado pelo relator sobre a multa que a empresa recebeu da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), o diretor declarou que “estão acontecendo constantes apelações judiciais, que a multa será revertida e que a Comissão está enganada”.
Sérgio Souza pediu explicações sobre um inflamento nos mercados de capitais. “Houve uma compra, uma supervalorização e então a venda em valores superiores para outro fundo. O senhor avalia isso como uma operação fraudulenta?”, indagou. Segundo o diretor, não houve fraude.