A ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira sinalizou na audiência pública desta quinta-feira (1º/10), na Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) que o Brasil tem grandes chances de fechar negociações importantes com outros países para implementar a unidade de medida para o carvão vegetal que equivale à quantidade de carvão que cabe em um metro cúbico (mdc). O assunto pode ser tratado na 21ª Conferência Sobre Clima da ONU (COP-21), na França, em novembro.
O assunto está em evidência desde o anúncio da presidente Dilma Rousseff durante discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova York no domingo (27/9) sobre a meta de redução de emissões. Segundo a ministra, construir sistemas de monitoramento de desmatamento de todos os biomas é outra iniciativa para chegar aos níveis desejados de emissão de CO2. O compromisso inclui a redução de 37% até 2025.
“As metas apresentadas pelo Brasil são ousadas. O país está se mantendo na vanguarda mesmo quando não tinha obrigação de apresentar metas. O governo vai junto às Organizações das Nações Unidas (ONU) buscar uma fonte de financiamento ou diminuição do custeio?”, perguntou o relator da CMMC, deputado federal Sérgio Souza.
O parlamentar falou ainda sobre a preocupação com o aquecimento global, citou o fenômeno El Niño, e sugeriu evolução para diversificar a produção com incentivos: como agricultura de baixo carbono e melhoria da produtividade.
Izabella Teixeira reforçou que o Brasil precisa de um modelo de gestão mais eficiente da área ambiental. “A solução da Amazônia não é a solução da Mata Atlântica. Precisamos trilhar outros caminhos”.
O compromisso do Brasil integra a Contribuição Nacionalmente Determinada para o futuro acordo climático que será negociado em dezembro, na COP-21. Todos os países que fazem parte da Convenção de Clima da ONU precisarão apresentar suas próprias metas, que oficializam o comprometimento de cada governo com ações capazes de limitar o aumento da temperatura média global a até 2°C.