O Brasil está prestes a se tornar o maior produtor mundial de soja. É o que informa o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A projeção do órgão internacional é de que o Brasil atinja a marca de 117 milhões de toneladas de soja na última saca da safra 2018/2019. Dessa forma, o Brasil ultrapassa os Estados Unidos, onde a projeção da colheita é de 116,48 milhões de toneladas.
Apesar da diferença de colheita entre os dois primeiros países no ranking mundial parecer pequena, a tendência é de que se amplie ao longo dos próximos anos e que o Brasil se consolide na primeira posição. Dados da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) apontam que a área plantada brasileira atinge quase 64 milhões de hectares, sendo passível de expansão. Já nos Estados Unidos, não há essa possibilidade, uma vez que não há mais fronteiras agrícolas para romper.
Desde o ano de 2001, e com exceção de 2014, o Brasil apresenta superavit (quando mais exporta do que importa) em sua balança comercial. O agronegócio, puxado pela soja, é apontado como o principal alavancador econômico responsável por isso, sendo a soja o primeiro item da pauta de exportação do país. No ano passado, foram vendidos ao exterior 25,7 bilhões de dólares do grão. Em segundo lugar, os minérios foram responsáveis pela entrada de 19,1 bilhões de dólares.
A importância do Paraná
A soja ocupa 53% da área plantada no Brasil. O Paraná aparece como o segundo maior produtor nacional, com 19 milhões de toneladas. O estado sulista perde apenas para o Mato Grosso, que colhe mais de 31,8 milhões de toneladas. A soja começou a ganhar espaço no Paraná, quando as geadas atingiram bruscamente as plantações de café. Enquanto a produção de café caiu de 613 mil toneladas para apenas 231 de um ano para outro, a da soja subiu de 2,5 milhões para 3,6 milhões de toneladas.
Fatores como maior liquidez comercial despertaram a atenção dos produtores rurais. A soja tinha potencial para ser vendida tanto dentro quanto fora do país. Hoje, a soja é o primeiro produto em valor agregado do Paraná e que gera mais receita para os produtores. É o principal item da pauta de exportação. A soja está presente não apenas na cozinha do brasileiro, como é um dos principais alimentos utilizados como ração na Pecuária.
Altos pedágios prejudicam negócios
A maior parte da soja do Paraná é transportada diretamente até Paranaguá por caminhões. A dependência do transporte rodoviário causa sérios problemas, visto que encarece bastante a logística. Os pedágios são tidos como um agravante. De Londrina a Paranaguá, por exemplo, uma carreta bitrem gasta em média R$ 417,20, apenas no trecho de ida. Para os produtores da região de Foz do Iguaçu, a despesa é bem maior: aproximadamente R$ 821,80. A capacidade de carga de um bitrem é de 37 toneladas de grão.
Para o deputado federal Sérgio Souza, diminuir as taxas de pedágio é uma forma de garantir o avanço do estado na produção do grão, já que as ferrovias – tidas como alternativa – demorariam bastante tempo para ficarem prontas. “Se o Paraná puder contar com taxas de pedágio mais baixas já seria um avanço importantíssimo”, disse o parlamentar.
O parlamentar defende ainda que é de suma importância discutir com os deputados paranaenses e as entidades representativas os assuntos do agronegócio e de outros temas ligados à infraestrutura viária que ajudam na competitividade do setor rural. “No contexto atual, a defesa da não prorrogação dos atuais contratos de pedágios nas rodovias paranaenses vai ao encontro do interesse dos produtores. O alto custo da tarifa não pode continuar”, acrescentou.